domingo, 1 de novembro de 2015

Que temos nós a ver com os migrantes?

Na sua crónica deste Domingo, no Público, frei Bento Domingues refere ainda o que se passou no Sínodo para perguntar, sobre outro tema: Que temos nós a ver com os migrantes?:

Esta expressão está ameaçada. A UE em vez de trabalhar pela união dos países desenvolveu um sistema no qual os grandes comem os pequenos e ainda querem passar por benfeitores. As fronteiras foram abolidas, mas não as fronteiras económicas. Os pequenos enriquecem os grandes que ainda passam por preguiçosos. Quem procura entrar na Europa encontra muros e mares de sepultura. Perante os migrantes, quem pensará que se trata de gente da nossa família humana? E as chamadas famílias cristãs terão olhos, inteligência e coração verdadeiramente cristãos para alterar as políticas que vêm nos pobres uma ameaça? 
Seria normal procurar no Sínodo dos Bispos orientações para responder a estas perguntas. Ainda é cedo para essa pesquisa. Não estamos no vazio. O Papa Francisco desenvolveu durante um ano, nas audiências gerais de quarta-feira, uma reflexão sobre a família que começa em Nazaré e termina com Os Povos. Não encontrei nada sobre a família comparável a esses textos. Estão longe da usual e aborrecida linguagem eclesiástica. Os diversos aspectos da vida familiar surgem a uma nova luz e abrem brechas de esperança para as situações mais difíceis.

(Nos dois domingos anteriores, frei Bento escreveu dois textos com o título Sínodo das famílias ou dos bispos?, que se podem ler aqui e aqui)


Texto anterior no blogue
Do "nem sim nem não" do Sínodo dos Bispos à saúde a à morte como último tabu - crónicas de Anselmo Borges, Fernando Calado Rodrigues e Paulo Terroso


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