domingo, 19 de abril de 2015

A barbárie, a indiferença e o silêncio da esquerda

As perseguições e massacres de cristãos


(foto: Ajuda à Igreja que Sofre, reproduzida daqui)

Na sua crónica de sábado, no DN, Anselmo Borges escreve sobre A barbárie e a indiferença, a propósito das perseguições e massacres de que têm sido vítimas os cristãos em vários países de África e do Médio Oriente, e do silêncio que sobre esses factos tem dominado:

O agnóstico Régis Debray aponta realisticamente para o politicamente correcto, interesses políticos e económicos e a indiferença religiosa do Ocidente. Afinal, as vítimas são “demasiado cristãs” para poderem interessar a esquerda e “demasiado estrangeiras” para poderem interessar a direita.
Mas o filósofo André Comte-Sponville, que professa um ateísmo com espiritualidade, chama justamente a atenção para o facto de ninguém poder ignorar as perseguições operadas pela Igreja, “mas isso não é razão para fazer recair sobre os cristãos de hoje as faltas e os crimes dos seus predecessores. Ninguém é culpável pelos pecados dos seus pais. Os direitos dos seres humanos transmitem-se pelo nascimento; a culpabilidade não. Os cristãos são, antes de mais, seres humanos. O que é suficiente para outorgar-lhes direitos e, por conseguinte, para obrigar-nos a deveres para com eles”.
(O texto pode ser lido aqui na íntegra)


Acerca do mesmo tema, a directora da edição italiana do L'Huffington Post escreve um texto sobre a solidão do Papa na denúncia destes factos e o silêncio da esquerda. No artigo, Lucia Annunziata confessa-se ateia, diz que não foi nem é católica e afirma que o Papa Francisco “está fazendo uma revolução e que ele é o verdadeiro líder da esquerda”, neste momento. E, sobre o que pode ser feito, acrescenta, na tradução castelhana:

Hay que actuar con celeridad. Los gobiernos pueden y deben trazar un plan para poner a salvo a los miles de refugiados, no solo con la asistencia básica (medicina, escuela y vivienda), sino también ofreciendo de forma generosa y amplia la nacionalidad a todas las familias que huyan de sus propios países.
Con especial atención a todos los jóvenes que quieren venir a Italia a estudiar o a trabajar. Es parecido a lo que hicieron los países occidentales antes de la segunda guerra mundial acogiendo a los judíos y otros perseguidos del nazismo incipiente. No es mucho, pero es el principio y también es un mensaje eficaz de fuerza moral y solidaridad para aquellos que desafían y se oponen a la violencia del Estado Islámico.
La izquierda no puede quedarse callada, repito. Al contrario, su silencio, su miedo pusilánime a provocar críticas de unos y de otros, su falta de coraje para asumir riesgos es, en esta encrucijada, también la mejor forma para declarar su propia disolución moral.
(o texto pode ser lido na íntegra, nesta mesma versão castelhana, aqui)


Dias antes da Páscoa, a Comissão Nacional Justiça e Paz divulgara um comunicado com o título Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar, em que pede mais acção quer aos cristãos, quer aos media, quer aos governos e autoridades políticas internacionais. Nos dois últimos parágrafos, diz o texto:


A Comissão Nacional de Justiça e Paz apela a todos os cristãos e pessoas de boa vontade para que acompanhem os nossos irmãos que sofrem estes horrores e perseguições e para que não os ignorem. Neste tempo de oração mais intensa em que recordamos a Paixão e Morte de Jesus Cristo, sejamos firmes na Oração, saibamos levar a Esperança a quem dela necessita e pratiquemos a nossa Caridade através do apoio a todos aqueles que, no terreno, estão junto dos violentados e perseguidos.
Apelamos às autoridades políticas nacionais e internacionais para que façam tudo o que está ao seu alcance, no quadro da ética e do direito, em ordem a pôr termo a esta situação. À comunicação social apelamos para que não remetam à não notícia estes massacres humanos.
(O texto pode ser lido aqui na íntegra)

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